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A HISTÓRIA DE UM POVO

publicado: 11/12/2018 01h02, última modificação: 11/12/2018 01h02

A HISTÓRIA DE SEU POVO

Desde conquista e da sua fundação, a Paraíba sempre se apresentou como palco de intensas lutas, revoltas e revoluções.

A conquista do Território Paraibano pelos portugueses não foi tarefa fácil. Isto só aconteceu numa quinta Expedição que, sob o comando de Martim Leitão, além do decisivo apoio de Frutuoso Barbosa, de João Tavares e da aliança com Piragibe, chefe dos Tabajaras, é que se concretizou a conquista do espaço paraibano que recebeu a denominação de Capitania Régia de Nossa Senhora das Neves, em 05 de agosto de 1585, cuja fundação, ou seja, a instalação das primeiras edificações às margens do Sanhauá só tiveram início em novembro de 1585.

Depois de violentos embates é que os Potiguaras, aliados dos franceses, são por fim expulsos de suas terras, fugindo em direção ao que mais tarde seria o Estado do Rio Grande do Norte, que é hoje denominado de terra dos Potiguaras.

Coube a Martim Leitão a tarefa de edificar a cidade de Nossa Senhora das Neves, terceira mais antiga do país, cujo processo de ocupação ocorreu de forma bastante distinta das demais capitanias do Brasil. Esse processo teve início no Continente, às margens do afluente do Rio Paraíba, o Rio Sanhauá, enquanto as demais capitanias tiveram como ponto de partida para ocupação, o mar.

Ao longo da sua História, a capital paraibana adotou várias denominações: cidade de Nossa Senhora das Neves(1585), em homenagem à santa do dia. Em 1589, passou a ser chamada de Filipéia de Nossa Senhora das Neves em homenagem ao rei Felipe ll, rei de Portugal e Espanha. Em 1599, passou a ser chamada de Parahyba.

Com a invasão holandesa ao Nordeste brasileiro, recebeu a denominação de Frederica, numa homenagem ao rei Frederico da Holanda. Em 1654 recebe a denominação de Parahyba do Norte, permanecendo até 1930, quando passou a ser chamada de João Pessoa, em homenagem a seu Presidente, cujo assassinato constitui-se no principal fato para a eclosão da Revolução de 1930. Esse acontecimento que é também denominado de Revolução Estatizada foi responsável por profundas transformações no campo socioeconômico e político do país.

No decorrer da História Colonial, o Brasil esteve sob o domínio da Espanha. Com a morte do Rei de Portugal, Felipe II, durante um período de 60 anos, o Brasil passou a ser governado pela Coroa Espanhola, fato que prejudicou, em muito, os interesses holandeses, visto que a Holanda exercia forte comércio nas colônias portuguesas desenvolvendo atividades bastante lucrativas - a comercialização do açúcar.

Em 1624, os holandeses invadem o nordeste brasileiro e implantam um núcleo do governo holandês no Brasil, cuja sede administrativa localizou-se em Pernambuco, sob o comando de Maurício de Nassau num domínio que se espalhou de maneira progressiva pelas Capitanias vizinhas, notadamente a Capitania Filipéia de Nossa Senhora das Neves.

A passagem dos holandeses na Paraíba, embora tenha sido curta, pouco mais de uma década, trouxe à capitania um período de grande prosperidade. A instalação de engenhos no litoral possibilitou uma maior eficiência na produção de açúcar, tendo como principal consequência a garantia de grandes lucros, mas, por outro lado, exigia a prática da monocultura que se desenvolvia em crescentes extensões de terra, o latifúndio.

Esse modelo de produção vai exigir novos espaços para a cultura de alimentos e o desenvolvimento da atividade pecuária, em novas áreas, orientando, assim, a interiorização das atividades produtivas, com a conquista do sertão.

O Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba(IHGP) considera que oficialmente o ano de 1654 representa um marco inicial na colonização do sertão e a inclusão de novas atividades econômicas no espaço paraibano.

O processo de interiorização em direção ao Brejo e ao Sertão da Paraíba proporcionou ao homem comum, livre e pobre sem a posse de bens materiais, condições para que ele pudesse iniciar novas atividades, como o criatório e a produção da agricultura de subsistência.

Essa interiorização estimulou o povoamento em diversas regiões do estado, através da implantação das primeiras Vilas que, paulatinamente, foram elevadas à categoria de cidades.

O primeiro desses núcleos urbanos a ser instalado foi a Vila de Pilar, localizada na região do Brejo Paraibano, onde se desenvolveu, largamente, a prática da atividade canavieira com a produção de açúcar e rapadura.

Adentrando a região do sertão, foram instaladas as Vilas de Sousa e Pombal. A primeira detém o sítio arqueológico mais importante do país, o Vale dos Dinossauros, onde, até hoje, são conservadas as pegadas daqueles animais pré-históricos. A segunda Vila, denominada de Pombal, fundada em 1721, constituiu-se numa homenagem ao Marquês de Pombal.

No planalto da Borborema foi instalada a Vila Nova da Rainha que mais tarde foi elevada à categoria de cidade com a denominação de Campina Grande. Atualmente, se apresenta como sendo o segundo maior centro urbano do Estado da Paraíba, tendo como principal característica o desenvolvimento tecnológico e a realização de atividades industriais, de serviços e comerciais, além de figurar como um importante centro acadêmico e cultural do estado e do interior do Nordeste brasileiro.

Nesse contexto de expansão para o interior do estado, foram implantadas mais duas importantes Vilas: São João do Cariri e Areia. A primeira localizada na Região do Cariri e a segunda na Região do Brejo Paraibano que era conhecida como Sertão de Bruxaxá.

Desde o seu surgimento, a cidade de Areia exerce destacado papel na economia paraibana, visto que é uma cidade histórica-colonial, terra natal do grande pintor Pedro Américo e do escritor e político José Américo de Almeida. O município de Areia constitui-se num dos mais renomados Centros Acadêmicos de Ensino e Pesquisa, na área das Ciências Agrárias no Nordeste.

Por sua localização, seu acervo cultural e arquitetônico, além da produção de aguardente que é internacionalmente demandada e de sua gastronomia, esse município ocupa espaço relevante na rota turística regional e nacional.

Ao longo de sua História, a Paraíba sempre registrou a participação efetiva nos movimentos liberais, nas revoltas e revoluções que ocorreram no Império e em distintos movimentos da República.

No período imperial, o estado registrou destacada participação nos seguintes movimentos: Guerra dos Mascates, que apresentava um forte apelo de cunho econômico, e que teve como palco Recife e Olinda. A Revolução de 1817 movimento de caráter republicano e com ideias separatistas, iniciada em Pernambuco e que se estendeu por mais quatro províncias: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

A Revolução Praieira que ocorreu na província de Pernambuco e continha, no seu conjunto, reformas sociais de base, entre as quais se destacaram a divisão de latifúndios, liberdade de imprensa e luta pela democracia. Este foi outro movimento que contou com a participação da Paraíba

Outro importante movimento de caráter político que ocorreu no Primeiro Império e que também teve participação da Paraíba foi a Confederação do Equador, cujo objetivo principal era de formar uma nova nação inspirada em modelos republicanos, a exemplo dos Estados Unidos da América.

Com a implantação da República, a Paraíba continuou com destacada participação nos acontecimentos políticos do país. Foi o único estado do Nordeste, na Velha República, a eleger um Presidente. Trata-se do paraibano Epitácio Pessoa que após ocupar o mais alto cargo da magistratura, na esfera federal, elegeu-se Presidente da República, quebrando o acordo da política do café com leite firmado entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais.

O grande momento da História da Paraíba, no contexto sociopolítico nacional, é a Revolução de 30, movimento de natureza política que foi liderado pelo Estado da Paraíba, além de envolver diretamente os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Esses estados criaram a Aliança Liberal e lançaram Getúlio Vargas como candidato à Presidência da República, tendo como vice, o então Presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. O resultado deu vitória a Júlio Prestes que, no entanto, não foi reconhecido como legítimo.

O assassinato do Presidente João Pessoa, embora não tenha sido considerado como crime político, constituiu-se, mesmo assim, como estopim da Revolução de 30, levando ao poder o representante das forças revolucionárias, o gaúcho Getúlio Vargas.

Não foi somente no Movimento Revolucionário de 30 que a Paraíba teve participação ativa no cenário sociopolítico do país. Ao longo de toda a História do Brasil, é destacado o papel exercido pela força política paraibana nos momentos de significativa importância, tais como: a Redemocratização de 1945; na instalação da Nova República que aconteceu no ano de 1985, com o fim do período da ditadura militar (1964-1985) e também no engajamento na luta pelas Diretas Já, que culminou com eleições livres e democráticas no ano de 1989.

Atualmente a Paraíba é reconhecida no cenário nacional como sendo o estado que procura desenvolver um processo de gestão moderna e competitiva. As forças populares e democráticas têm de forma consciente ocupado espaços nos diversos setores da sociedade paraibana.